Felgueirense conta a história das Filhas da Caridade na revista JN História

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IRMÃS DA CARIDADE – INSTALAÇÕES EM SANTA QUITÉRIA, FELGUEIRAS

O historiador Carlos Ferreira publicou na revista JN História uma investigação sobre o percurso das Filhas da Caridade em Portugal. Trata-se da mesma Congregação que está presente em Santa Quitéria, Felgueiras, desde os anos 80 do século XIX, conhecidas por Irmãs de S. Vicente de Paulo.

As Filhas da Caridade foram fundadas em 1633, em França, por Luísa Marillac. A sua criação não visava apenas a contemplação e oração, mas sim, e sobretudo, a ação junto dos mais necessitados, seguindo as diretrizes do fundador e inspirador S. Vicente de Paulo.

Foi D. João VI que autorizou o estabelecimento das Filhas da Caridade em Portugal em 1819, quase 100 anos depois dos padres da Congregação da Missão ou Padres Vicentinos, como são popularmente conhecidos.

Depois da instalação “no reino”, as Filhas da Caridade começaram a desenvolver a sua missão: de chegar aos mais pobres e enfermos, no fundo, aos que estavam nas “periferias”.

“O Instituto das Filhas da Caridade foi florescendo e o exemplo do carisma destas freiras não contemplativas, mas de vida ativa, foi servindo de testemunho, particularmente na assistência e na educação”, escreve Carlos Ferreira no seu longo artigo na JN História.

O autor lembra que este Instituto escapou à extinção das ordens religiosas nos anos 30 do século XIX e que “se para uns o carisma e as obras das irmãs eram desejados, para outros, as ações delas eram um enorme sinal de retrocesso num país onde corriam ventos liberais”.

Carlos Ferreira refere que a sua ação “era tão presente e diferenciadora que serviu de exemplo para implementar na cidade de Lisboa a assistência aos pobres”.

Mas, a presença das Filhas da Caridade em Portugal conheceu momentos complexos, especialmente no segundo e terceiro quartel do século XIX e entre defensores e oposicionistas, o assunto chegou ao Parlamento da época.

Entre as vozes que se levantaram a favor das Irmãs da Caridade, destaca-se, conta Carlos Ferreira, a de Mouzinho da Silveira, na sessão parlamentar de 8 de março de 1861.

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O historiador Carlos Ferreira refere ainda que “o povo se uniu às causas do Instituto e fez-se representar por um conjunto de 36 mil assinaturas favoráveis à sua permanência em Portugal contra 7200 desfavoráveis”.

Mas, a extinção das Filhas da Caridade, acabaria por acontecer. “O país que pediu a sua vinda em tempo de necessidade”, escreve Carlos Ferreira “dispensou-as em tempo favorável”.

Todavia, as Irmãs regressariam a Portugal e passariam novamente por um período difícil, o da I República. Carlos Ferreira recorda que 390 anos após a sua fundação em França e 204 sobre a entrada em Portugal, hoje estão em todo o país e em Felgueiras, no Monte de Santa Quitéria.

“Junto das mais débeis franjas da sociedade, onde nem o Estado Social consegue chegar” remata o autor.

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