Todos os grandes players do setor do calçado terminaram 2023 altamente penalizados pelo abrandamento económico a nível mundial, indica a Apiccaps no boletim de imprensa lançado a propósito da Micam, feira de calçado de Milão, em Itália, que vai decorrer de 18 a 21 de fevereiro.
Os cinco principais produtores mundiais de calçado, respetivamente China (quebra de 13% na totalidade do ano), Índia (recuo de 17% nos primeiros 11 meses do ano), Vietname (perda de 17% até novembro), Indonésia (menos 19% até novembro) e Brasil (queda de 11% na totalidade do ano) registaram perdas muito expressivas em 2023, refere uma nota da associação dos patrões do setor do calçado.
Refira-se que em conjunto, estes cinco países asseguram praticamente 80% da produção mundial, o equivalente a 19 mil milhões de pares de calçado. Já Portugal, recuou 8,2%, diz a Apiccaps.
“O ano transato foi negativo para o setor de calçado à escala mundial. Entre os dois grandes blocos económicos, assinala-se um recuo das importações de calçado na ordem dos 30% nos EUA e de 11% na Europa (os dois em conjunto representam mais de 60% das importações mundiais), com destaque, pela negativa, para as quebras de 16% na Alemanha, 13% no Reino Unido e 11% em França”, acrescenta a associação.
“Certo é que o abrandamento económico internacional, em particular em mercados de grande relevância como a Alemanha, a França ou os Estados Unidos penalizou fortemente o setor do calçado no plano externo. A pouca procura e o excesso de stocks no mercado condicionaram a atividade exportadora portuguesa”, prossegue a mesma fonte.
“O ano de 2024 voltará ser muito exigente para a indústria de calçado. Numa altura em que o setor está de partida para Milão, desejo que se esfumem as incertezas e soprem novos ventos de esperança”, refere a Apiccaps, a propósito da Micam, a feira de calçado de Milão, onde vão estar 35 empresas nacionais do setor, entre as quais várias do concelho de Felgueiras.
Em 2023, a indústria portuguesa de calçado exportou 66 milhões de pares de calçado, no valor de 1839 milhões de euros.
Relativamente ao ano anterior, assinala-se uma perda de 11,3% em quantidade e 8,2% em valor. Já o preço médio aumentou 3,45% para 27,70 euros o par, adiantou a Apiccaps.
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