“Se camuflasse a minha exuberância não estaria a ser eu, tal como sou…”

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Zé Lopes é apresentador de televisão. Trabalha na TVI, onde recentemente foi comentador do Big Brother. Cresceu em Caramos, estudou na Lixa, até tirar a licenciatura em Comunicação Social, em Coimbra e iniciar a sua carreira na Televisão, como sempre quis.

Aos 25 anos, revela o seu sonho: ter um programa seu na televisão. Confessa-se exuberante e não esconde que esse é o seu estilo, goste-se ou não…

Zé Lopes – Felgueiras Diário D.R.

Como começou a sua carreira televisiva?

Desde sempre quis seguir comunicação. Não sabia qual seria a função, mas fascinava-me ver televisão e queria um dia ser apresentador. Quando chegou a altura de escolher o meu futuro na escola, optei logo por investir naquilo que me desse a possibilidade de seguir para o que gostava. Quando terminei o ensino secundário, escolhi jornalismo. Entrei no curso de comunicação social em Coimbra que era o que queria porque tinha uma grande componente prática.

E, entretanto, como se dá a entrada na TV?

Fiz um estágio curricular na TVI, depois surgiu um convite para ir para a SIC, com a Cristina Ferreira, e estive lá mais de dois anos, onde fiz muitas coisas e fui muito feliz.

E depois regressa à TVI?

Sim, foi isso. Regressei à TVI, onde tudo começou.

É sobretudo um repórter de entretenimento?

Sim, sou repórter de entretenimento. Faço todo o tipo de reportagens e além disso faço outras coisas em que a TVI acha que me encaixo dentro da área do entretenimento.

Zé Lopes (foto Facebook Zé Lopes)

Recentemente foi comentador do Big Brother. Foi um salto na sua carreira?

Foi, claro. Embora já tivesse experiência na ‘Passadeira Vermelha’, da SIC, onde avaliava a vida das pessoas, o que era pouco confortável, no Big Brother, comentei um jogo. Coloco-me no lugar dos concorrentes para não os ferir, nem as famílias, mas é diferente porque comentava pessoas que estavam a participar num jogo e sabiam que iriam ser avaliadas. E sim, deu-me projeção. Claro que deu.

Deu-lhe uma projeção grande?

Penso que sim e fico contente com isso. Foi muito importante para mim.

Causou-lhe algum embaraço à sua vida pessoal passar a ser ainda mais conhecido?

Não. Lido bem com isso. Sempre gostei do carinho das pessoas. Sinto-me acarinhado pelas pessoas e gosto disso. Por outro lado, nesta fase da minha vida, vivo 90% para o trabalho. Nesta fase, abdico de muitas coisas da minha vida pessoal, para me dedicar à profissional, com o objetivo de aos 40 ou 50 anos estar mais livre. Dedico muito tempo ao trabalho. É agora o tempo de investir.

“Pode haver gente que não goste de mim, mas acho que crio facilmente laços de empatia. Isso tem a ver com a educação que recebi. Sou uma cópia da minha mãe que também é assim. Tenho orgulho nisso”

Portanto, não o incomoda ser reconhecido na rua…

Nada, nada mesmo. Gosto muito que as pessoas me reconheçam. Lido muito bem com isso, tiro fotografias, sou simpático com as pessoas. Sou mesmo assim, sou eu.

Tem sido solicitado para entrevistas?

Sim, muito. É normal. Sempre que é possível dou.

E não sente falta de ter mais vida pessoal, por assim dizer?

Já decidi que este ano vou tentar vir mais vezes ao norte para estar com a minha família e os meus amigos. Quero fazer isso porque sinto que é importante e me faz falta. Sempre que venho cá, faço um esforço para estar com todos. Um lanche com uns, um almoço e um jantar com outros…tento estar com todos.

Zé Lopes (foto Facebook Zé Lopes)

Como é o seu dia a dia em Lisboa?

Sempre a correr e com muito trabalho. Levanto-me cedo, vou trabalhar todo o dia, vou ao ginásio ao final do dia e ainda vou trabalhar outra vez. Deito-me tarde e durmo poucas horas. Se arranjasse um quarto na TVI seria ótimo, como costumo dizer (risos). Tenho de investir em mim, nesta fase.

Qual é o seu maior sonho profissional?

A longo prazo gostava de apresentar um programa day-time. Gostava de abraçar um projeto desses a longo prazo. Ter, no fundo, um programa de companhia. A curto prazo, gostava de ser apresentador de um programa, com apresentação partilhada. Gostava de ser a cara de um formato televisivo.

É uma área restrita…

Sim, há poucos horários disponíveis…

Vai lutar por isso?

Vou trabalhar para que isso possa ser possível e também para ter a consciência de que tentei. Não quero o lugar de ninguém. Se houver lugar para mim, tudo bem. Se não surgiu, continuarei a minha vida.

Dentro da área televisiva e da comunicação?

É o que eu mais gosto de fazer. Se um dia sentir que não dá mais, tentarei outra e serei certamente feliz no que vier a fazer. Não sei o dia de amanhã…

Zé Lopes com Cristina Ferreira

Consegue criar empatia facilmente. É uma das suas principais caraterísticas?

Penso que sim. Pode haver gente que não goste de mim, mas acho que crio facilmente laços de empatia. Isso tem a ver com a educação que recebi. Sou uma cópia da minha mãe que também é assim. Tenho orgulho nisso. Naturalmente que há quem ache que ocupo muito espaço, que sou exuberante, que sou muito tudo, mas não consigo ser de outra forma, nem quero ser de outra forma. Sou assim…

O que é isso de ser exuberante?

Se camuflasse a minha exuberância, estaria a ser mais um entre muitos outros. Quero marcar pela diferença. Se houver lugar para mim como eu sou tudo bem, se não houver dedico-me a outra área. Acredito que se não fosse assim tão exuberante, as oportunidades talvez surgissem mais facilmente.

“Sinto-me acarinhado pelas pessoas e gosto disso”

Zé Lopes tem experiência no contacto com público desde muito novo quando trabalhou em discotecas como o Santa Baia, por exemplo…

Sim. Fiz de tudo quando trabalhei em discotecas. Foram sete anos em que fiz tudo desde trabalhar em áreas Vip até ao bengaleiro. Com as pessoas mais velhas, aprendi muito. Trabalhava para ter dinheiro para as coisas que eu queria além do essencial, o que os meus pais sempre me garantiram.

E a sua terra continua a ser especial?

É muito bom vir cá. Gosto muito de Felgueiras, da Lixa e de Caramos, de todo o concelho de Felgueiras. Gosto muito de saber que as pessoas da minha reconhecem o meu valor. Sou um filho da terra, com orgulho. É na minha terra que está a minha família e os meus amigos.

Zé Lopes – Felgueiras Diário D.R.

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