Os 36 trabalhadores da fábrica de calçado JB Sousa Duarte, em Sendim, Felgueiras, concentraram-se esta segunda-feira à porta da empresa em protesto contra o facto de não receberem o salário há vários meses.
Além disso, queixam-se que entidade patronal não “dá a cara” com o objetivo de resolver a situação que consideram “lamentável e dramática”.
Soraia Pereira, porta-voz dos trabalhadores, garante que a situação é “muito complicada” e os trabalhadores exigem respostas da entidade patronal que “não dá a cara”.
A empresa foi vendida a um estrangeiro, de nacionalidade inglesa, garantem os trabalhadores.
“A empresa foi vendida em fevereiro, sem o nosso conhecimento, o que é caricato. Só em meados de abril tivemos conhecimento dessa situação e começamos a notar a falta de trabalho. Pagaram o mês de maio e o mês de junho foi pago faseadamente. Depois deixaram de pagar. Temos neste momento 3 meses de salários em atraso e o subsídio de férias”, contou.
“Entramos de férias sem um única palavra. Quando regressamos no dia 6 de setembro, o patrão apareceu e disse que iria regularizar tudo em atraso, mas passadas três semanas não recebemos nada”, acrescentou.
Sem respostas e cansados de promessas, os trabalhadores, que estão a ser acompanhados pelo sindicato e pelo ACT, decidiram “solicitar a suspensão do contrato de trabalho” e agora aguardam desenvolvimentos, sem grande esperança.
“A informação que nos foi passada, pela pessoa que o patrão utiliza para comunicar com os trabalhadores, é que viria falar connosco na quarta-feira, mas não sabemos o que vai acontecer. A situação é dramática porque há casais que trabalham aqui, emigrantes que estão em grandes dificuldades e pessoas que precisam de dinheiro para sobreviver”.
Pub.